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Digitalização e Sociedade: como a tecnologia afeta o desenvolvimento da Indústria

Vivemos hoje em meio a uma grande mudança, a digitalização, ou seja, o uso cada vez mais intenso da Tecnologia da Informação (TI), o que possibilita o uso de dados e tecnologia para aperfeiçoar processos e automatizar a análise destes dados.

A tecnologia influencia a mudança de comportamento das pessoas, que influencia o surgimento de novos modelos de negócio e a criação ou melhoria de processos.

Ao mesmo tempo em que a sociedade transforma a tecnologia, a sociedade também é transformada pela tecnologia, em um processo contínuo.

Esta transformação digital chega cheia de incertezas, porém carregada de oportunidades para todos aqueles que puderem divisar modelos de negócio mais adequados ao seu setor de atuação.

Esta transformação atinge vários setores da sociedade, como agricultura, saúde, transportes e vários outros. Assim: carros, fazendas, portos, estradas, cidades, supermercados, e até mesmo os nossos corpos podem ser controlados por tecnologia digital de forma a obtermos condições de vida cada vez melhor.

Na indústria esta transformação digital ganhou o nome de Indústria 4.0, Manufatura Digital, Manufatura Inteligente, Indústria Digital, Fábrica Inteligente e vários outros.

A ideia é que a digitalização dos processos produtivos e também dos produtos possibilitem a produção de produtos diferenciados para atender ao gosto específico dos clientes, isto em grande quantidade, em massa.

O cliente escolhe como quer o produto, via Internet, dentro de opções que aumentam cada vez, a indústria produz aquele lote diferenciado e entrega o pedido.

Não há como fugir a esta transformação digital, posto que a sociedade já está neste processo e você também.

Basta cair o sinal da sua Internet para você ver como depende dela para realizar as suas atividades cotidianas. Experimente sair sem o seu celular e/ou tablete, para ver quanto ele facilita a sua vida.

É preciso que as empresas possam entender e se adaptar a esta transformação digital, para tirar o melhor proveito dela, e a EXPOMAFE 2019 é o melhor lugar para isto.

As Revoluções Industriais

A 1ª revolução industrial, ou Indústria 1.0 ocorreu por volta de 1780, com o início do desenvolvimento da mecanização dos processos produtivos possibilitado pelo uso da energia do vapor e com a criação do tear mecanizado.

A 2ª revolução industrial, ou Indústria 2.0 se deu por volta de 1870, com o uso da energia elétrica na produção, motores elétricos ou os alimentados por combustíveis fósseis, produção em massa do aço e outras invenções, como telefone, telex, automóveis, geladeira, aviões, etc.

A 3ª revolução industrial, ou Indústria 3.0 surgiu por volta de 1969, com o lançamento dos primeiros Controladores Lógicos Programáveis (CLP) para automatização dos processos produtivos com uso da eletrônica, sistemas computacionais e mesmo robótica.

A 4ª revolução industrial, ou Indústria 4.0, nome pelo qual está se tornando mais conhecida no meio industrial e acadêmico, nasceu na Feira de Hanover, durante o lançamento de um programa do governo alemão, para aumentar a competitividade das empresas alemãs, em 2011.

Com o uso da Internet e os Sistemas ciber-físicos surgiu a possibilidade que os equipamentos das linhas de produção possam se comunicar entre si e com pessoas, sejam clientes, fornecedores, pessoal da produção, manutenção, ou outros, enviando e recebendo dados e informações.

Esta ampla conectividade, viabilizada pela tecnologia digital, gera novas possibilidades, como o controle a distância dos processos, proporcionando a descentralização do controle da produção.

Sistemas Ciber-Físicos (CPS) e a Internet das Coisas (IoT)

Os sistemas ciber-físicos, em inglês Cyber-Physical Systems (CPS) são dispositivos que enviam e recebam informações e dados, online, bem como permitem que os objetos onde estejam embarcados possam ser controlados remotamente.

Com isto estes objetos adquirem novas formas de uso e assim novos modelos de negócio podem ser criados.

Assim têm-se cafeteiras que podem ser acionadas pelo celular ou por outro dispositivo móvel, para que assim que chegue a sua casa, um cafezinho quente esteja esperando por você, e outros exemplos.

Despertadores que se conectam ao trânsito local, ao serviço de meteorologia e à sua agenda, eventualmente antecipando o seu despertar, pois o clima piorou, já há engarrafamentos por onde você irá passar e, você precisa despertar antes, ou não chegará a tempo ao seu compromisso.

Um cliente pede a antecipação da produção de um item crítico para ele e, o sistema da sua empresa informa a possibilidade ou não do mesmo ser atendido e, em caso positivo passa a relação dos itens deste cliente para ele mesmo escolher qual sofrerá atraso, dada a antecipação de outro.

A este os objetos ou coisas animados de CPS, se chama Internet das Coisas, ou em inglês Internet of Things (IoT), onde “coisa” refere-se a tudo que possa ser acessado e controlado remotamente, permitindo a sua atuação no local onde se encontra.

Para identificar estes objetos, ou coisas animados de sistemas computacionais e/ou mecânicos, dá-se o nome objetos inteligentes, ou em inglês smart objetcs.

Assim têm-se os smartphones, ou celulares inteligentes, cafeteira inteligente, despertador inteligente, sistema de produção inteligente e vários outros.

IIoT, Big Data e Analytics

Como o nome Indústria 4.0 foi criado pelo governo alemão para o seu programa de aumento da competitividade e produtividade das empresas alemãs, várias nações deram outros nomes para se referirem a este novo paradigma de produção, evitando assim a associação ao programa da Alemanha. Na China foi lançado o programa Made in China 2025.

Os EUA chamam de Industrial Internet of Things (IIoT) ou Internet Industrial das Coisas, apesar de que o nome Indústria 4.0 vir sendo adotado cada vez mais por todos os envolvidos.

Com a IIoT ou Indústria 4.0, a Tecnologia da Informação passa a ser usada cada vez mais nos processos produtivos, abrindo novas possibilidades, dentre elas a análise dos processos.

Cria-se a possibilidade de analisar os dados gerados por determinado equipamento crítico, de forma a melhorar a produção.

Com isto uma máquina com controle numérico computadorizado (CNC), pode passar a ser monitorada continuamente, para ser mais produtiva, o que pode gerar uma quantidade grande de dados, ou em inglês, Big Data.

Velocidade de corte, corrente de entrada, quantidade de liquido de refrigeração e vários outros dados podem ser monitorados, para que após sejam analisados, gerando informações sobre as melhores condições de utilização do equipamento.

Estes dados precisam ser analisados, ou se perderão, para tal usa-se análise computacional ou em inglês Analytics, de forma a tratar um volume muito grande de dados e deles colherem informações que possam gerar valor para a empresa.

Mas não são só os equipamentos que são passíveis de análise, os dados em geral da empresa podem ser analisados, para se saber as melhores condições de operação no geral, de forma que gere aumento de produtividade e melhore a competitividade.

Os produtos fabricados também podem ser passíveis de coleta de dados, para o cliente poder utilizá-los da melhor forma possível.

Por Walter Sátyro. Pós-doutorando em Eng. de Produção, na Escola Politécnica da USP (iniciado em 2018). Doutor em Eng. de Produção (UNIP), na área de concentração de Gestão de Sistemas de Operação, concluído em 2017. Mestre em Administração (UNIP), na área de concentração de Estratégia e seus Formatos Organizacionais, obtido em 2014. MBA (IBTA) finalizado em 2012, em Gestão Estratégica de Negócios. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980). Tem experiência na área de Engenharia, Marketing e Administração.

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