Por: Júlia Bertazzi*
Durante os últimos 30 a 40 anos, as empresas industriais estabeleceram cadeias de suprimento internacionais para maximizar a produção e a eficiência de custos. Hoje, essas arquiteturas são ameaçadas por uma confluência de forças externas: eventos globais em larga escala como a pandemia, crescente protecionismo, inflação salarial em países de baixo custo, conflitos geopolíticos como a guerra na Ucrânia, desafios ambientais e energéticos.
Este cenário destacou a vulnerabilidade e os impactos a qual as cadeias de suprimentos estão suscetíveis, incluindo o aumento dos custos de fabricação, e variação de demanda exacerbada. Tudo isso gerou volatilidade nos resultados financeiros e reduziu a confiabilidade das previsões e projeções.
Além do cenário externo, os líderes de supply chain estão enfrentando desafios a respeito do alinhamento da estratégia organizacional com as tecnologias existentes. A função da cadeia de abastecimento ainda é isolada em muitas organizações, dificultando a capacidade da liderança de executar uma estratégia integrada e que une todas as partes da cadeia de valor em torno de um conjunto compartilhado de negócios e resultados do cliente.
Por isso, as indústrias estão transformando suas cadeias de suprimentos para manterem a competitividade frente a essas forças e desafios. Isto significa compreender a integração das atividades e estratégia ao longo dos departamentos e parcerias corporativas, propor soluções alinhadas à cultura e estratégia de negócio da empresa, bem como avaliar e compreender as tecnologias adequadas para a organização.
Sendo assim, a preparação para o futuro reflete-se na capacidade de dimensionar diferentes características de maturidade do modelo operacional, que englobam: analisar padrões de dados de qualidade para tomada de decisão e obtenção de insights, automação de tarefas repetitivas, envolvimento ativo entre todas as partes interessadas, aplicação da IA para executar funções cognitivas, englobar TI e funções de negócios com modelos de governança conjuntos, contar com uma liderança funcional e proporcionar um ambiente de trabalho ágil.
Nesse cenário, a tecnologia vem sendo aplicada para atingir níveis elevados de maturidade operacional. Diversas tecnologias, como cloud, IA, BI, Machine Learning e IoT estão sendo usadas no setor logístico para garantir entregas mais rápidas, integração de departamentos, dados de qualidade, automação de tarefas repetitivas, análises precisas e muito mais – possibilitando um modelo preditivo e de maior performance.
Nesse cenário, a cadeia de suprimentos passou a ganhar maior relevância para entrega de valor aos consumidores que se tornaram mais exigentes e ativos online, devido ao isolamento social, o que impulsionou as compras pela internet – impactando diretamente o setor logístico.
Para garantir uma completa integração, o setor de tecnologia deve prover de sistemas padronizados de comunicação que torne a troca de informações efetiva e automatizada, criando uma estrutura confiável e sólida, mostrando a importância da colaboração entre as áreas.
Portanto, para atingir a maturidade da cadeia de suprimentos e estar preparado para o futuro, os executivos devem aplicar seus esforços para alinhar a tecnologia às áreas de negócios e promover um ecossistema integrado.
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*Júlia de Andrade Bertazzi é engenheira e Gerente de Projetos na Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha.