O objetivo de toda indústria com relação ao uso da energia elétrica é poder escolher livremente o seu fornecedor, a chamada diversificação da matriz elétrica. Além disso, negociar diretamente as possíveis condições do contrato firmado.
O Mercado Livre de Energia é um ambiente competitivo pelo qual é possível comparar preços, condições e planos, a fim de escolher a melhor opção, conforme as necessidades da empresa.
Como acessar essa oportunidade? Leia a seguir!
O que é Mercado Livre de Energia?
O Mercado Livre de Energia foi criado para possibilitar a negociação bilateral de compra e venda de energia. Por meio desse ambiente, os consumidores têm a oportunidade de escolher o próprio fornecedor, negociar a quantidade que será fornecida, preços, pagamentos e demais condições.
A propósito, a indústria já tem total acesso ao Mercado Livre de Energia. As empresas podem traçar novas estratégias, de acordo com o que foi negociado com o respectivo fornecedor.
Como funciona o Mercado Livre de Energia?
As negociações funcionam da seguinte maneira. O consumidor escolhe o seu fornecedor, que pode ser uma empresa geradora, comercializadora ou cooperativa, e negocia o preço e as condições de pagamento. A saber, é possível contratar uma fonte de energia renovável.
Por fim, a empresa ainda tem a possibilidade de gerenciar o seu consumo por meio de ferramentas e plataformas.
Quem pode participar?
Para participar do Mercado Livre de Energia, é preciso ser um consumidor potencial. Ou seja, são empresas com um determinado consumo mínimo de energia, o qual é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Vantagens de comprar energia no Mercado Livre
Além de poder escolher o fornecedor, reduzir custos com a energia, contratar uma quantidade sob medida e ter previsibilidade orçamentária, a empresa adepta do Mercado Livre de Energia ainda tem duas outras vantagens. São elas:
Sustentabilidade
É possível optar por fontes de energias renováveis, as quais favorecem a preservação do meio ambiente por meio da redução dos impactos negativos. A sustentabilidade é uma das grandes vantagens do Mercado Livre de Energia.
Transparência
As informações sobre o consumo da energia, incluindo custos e pagamentos, são mais detalhadas e transparentes com relação ao Mercado Cativo de Energia (ACR).
Diferenças entre Mercado Livre de Energia e Mercado Cativo de Energia (ACR)
No ACR, o consumidor fica vinculado a uma distribuidora local, sem poder escolher outra opção. As tarifas são definidas pela ANEEL e igualmente para todos os consumidores da respectiva região. Ou seja, a flexibilidade é menor para qualquer negociação.
Já no Mercado Livre de Energia, o consumidor pode escolher a empresa, fonte de energia e efetivar negociações.
Quais são os sete passos para acessar o Mercado Livre de Energia?
O Portal A Voz da Indústria traz informações de Marcelo Avila, VP de Soluções em Energia na Comerc, que divide conosco sete passos para a sua empresa acessar o Mercado Livre de Energia. Confira!
1. Avaliar requisitos de tensão e demanda
Segundo Marcelo, para migrar ao Mercado Livre de Energia é importante que a empresa utilize cerca de 500 kW/mês. Em valores, essa quantidade representa R$ 50 mil. Além disso, é preciso verificar a ligação, se está em alta tensão.
2. Análise de viabilidade econômica
É fundamental fazer uma análise de viabilidade econômica. Para Marcelo, nessa etapa é possível identificar o potencial de redução de custos que a mudança poderá proporcionar. É preciso levar em consideração, portanto, as tarifas aplicadas pela distribuidora do ACR e o preço da energia praticada no Mercado Livre.
3. Análise e denúncia do contrato com a distribuidora
O contrato firmado com a distribuidora (Contrato de Compra e Venda de Energia Regulado – CCER) deve ser minuciosamente analisado. Isso, para que a sua empresa tenha conhecimento sobre a data limite para denúncia e quando ela acaba. O objetivo é formalizar corretamente o encerramento do CCER, com pelo menos 180 dias antes do término, para a migração ao Mercado Livre de Energia.
4. Estratégia e contratação de energia
O representante da Comerc explica que nessa etapa o consumidor pode negociar as condições da entrega da energia, bem como período, montante, tipo, preço, indexador e prazo. “Por isso, ter uma boa estratégia e profissionais capacitados é essencial”, completa.
5. Adesão da CCEE
É preciso que a sua empresa seja um agente da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), cumprindo com todas as obrigações perante a câmara. São elas:
- Pagamento de contribuição associativa;
- Contrato de energia para cobrir 100% do consumo apurado;
- Pagamento de encargos setoriais;
- Atualização do cadastro da empresa.
6. Abertura de conta no Banco Bradesco, que é custodiante das operações financeiras da CCEE
Todo agente da CCEE deve abrir uma conta no Bradesco (Agência Trianon). “É nela que ocorre o pagamento dos encargos ESS e ERR e acontece a liquidação financeira do mercado de curto prazo, que pode gerar um crédito ou débito para o consumidor caso tenha excedente ou falta de energia”, explica Marcelo.
7. Adequação do sistema de medição e faturamento
Outra exigência da CCEE é a adequação do sistema de medição. Isso porque ela precisa ter acesso direto aos dados de consumo de energia da respectiva empresa. Após a conferência da documentação necessária, o Conselho de Administração da CCEE migrará o consumidor para o Mercado Livre de Energia.
Conferiu com atenção os sete passos para migrar a sua empresa para o Mercado Livre de Energia? Siga as instruções do nosso especialista e aproveite as vantagens.
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