São muitos os aspectos que colaboram para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras pelas universidades. Isso inclui a qualidade do ensino, os investimentos financeiros, além, é claro, da dedicação e do talento de professores e alunos em projetos e pesquisas. Mas talvez a convergência de interesses e a interação do mundo acadêmico com o mercado sejam especialmente determinantes.
Benefícios da interação entre indústria e universidade
Tendo em vista o cenário atual, percebe-se que o ambiente empresarial está ficando cada vez mais competitivo e global. Isso tem levado as organizações (privadas e públicas) a investirem em tecnologia, no desenvolvimento do seu capital intelectual, na sua capacidade econômica e social e em sistemas de informação, a fim de manter a sustentabilidade do negócio e a sua competitividade perante aos concorrentes.
Esses fatores dão origem a mudanças significativas em todos os players do mercado, que se encontram em uma intensa disputa econômica e tecnológica – especialmente desafiadora para os países em desenvolvimento, como o Brasil –,demandando uma busca ainda mais ágil e focada por parcerias de “transferência de tecnologia” firmadas com as universidades, por exemplo.
A “transferência de tecnologia”, bem como a “transferência de conhecimento e pesquisas”, a partir de um estreitamento da interação entre indústria e universidade, é tema de pesquisas desde a década de 1950, pela necessidade de entender de modo mais vertical o que é, e o que envolve a transferência tecnológica.
“No Brasil, via de regra, as empresas e indústrias não utilizam o parque de desenvolvimento das universidades. Se passarem a utilizá-los de forma prática, uma série de problemas que elas têm será reduzida muito mais rapidamente. Para viabilizar esse processo, é necessária uma quantidade maior de reuniões entre os empresários e os coordenadores de grupos de pesquisas, para que os professores comecem a falar a linguagem da indústria, e os empresários entendam a linguagem da universidade. Ou seja, é preciso criar uma comunicação comum, o que tornará a interação entre indústria e universidade muito simples e objetiva. Essa parceria gera capital para a indústria e renda para a universidade”, explica Elson Longo, professor, diretor de transferência de tecnologia do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP.
Ele também relata que “havendo uma interação entre indústria e universidade, ganham os professores, que aprendem a resolver problemas da indústria, e também os alunos, que participam dos projetos e se inserem mais nos problemas industriais. Assim, quando saem da universidade, eles têm um conhecimento muito maior dos problemas, e sabem como resolvê-los. Para a indústria, essa integração melhora sua capacidade e a torna mais competitiva.”
De acordo com Longo, quem geralmente busca esse tipo de parceria é a indústria. “Apesar de haver muitos pesquisadores que vão às indústrias, não é possível saber como vai ser utilizado o conhecimento, então, fica difícil o relacionamento inicial quando é assim. Quando o processo funciona de forma inversa, a universidade tem mais chances de resolver o problema, por exemplo, ao propor alternativas para melhorar um produto que o concorrente está se destacando”, finaliza.
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