Uma medida para estimular a inclusão e o aprendizado de adolescentes no mercado de trabalho brasileiro é o Programa Jovem Aprendiz, em que indústrias de médio e grande porte podem lançar mão de ter entre 5% e 15% de aprendizes no quadro de funcionários. O programa que garante retorno tributário e produtivo à indústria, entretanto, exige mais que o desejo de contribuir para o desenvolvimento de novos profissionais, sendo requerido acompanhamento e ambiente propício à execução do trabalho.
“Na aprendizagem industrial, teoria e prática são indissociáveis. A etapa de prática profissional na empresa deve ser pedagogicamente articulada à fase escolar e ajustada às condições de cada aprendiz e empresa”, defende Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai.
Isso significa que é necessário incluir no escopo de trabalho a execução de atividades que envolvam conhecimentos e habilidades exigidos na ocupação do curso de qualificação profissional. Além disso, de acordo com o especialista, é fundamental a designação de um monitor responsável pela coordenação de exercícios práticos e acompanhamento das atividades do aprendiz.
Indústrias que possuem ambientes ou funções perigosas, insalubres ou penosas, segundo orienta Morgado, devem adotar medidas para que o menor aprendiz possa desempenhar a parte prática com segurança. “É exigido, por exemplo, parecer técnico circunstanciado, assinado por um profissional legalmente habilitado em segurança e saúde do trabalho, que ateste a ausência de risco que possa comprometer a saúde e a segurança do adolescente.”
Se não houver condição técnica de realização da prática profissional dentro da empresa, as atividades podem ser desenvolvidas no Senai, a partir de uma parceria. Em contrapartida, a empresa tem de disponibilizar um profissional para apoiar a entidade nas tarefas. “As atividades desenvolvidas nas instalações do Senai levam em conta estratégias de participação e envolvimento da indústria, fazendo com que sejam trazidas para o ambiente escolar desafios e problemas atinentes à ocupação”, explica Morgado.