O Brasil segue o ritmo de recuperação dos efeitos da crise econômica mais intensa de sua história. Em 2017, o avanço do setor industrial foi de apenas 1% e, em 2018, havia a expectativa de que o setor obtivesse um crescimento de quase 3%. No entanto, o ano fechou com a marca de 1,7%. Para 2019, contudo, não se prevê a recuperação dos 16,7% perdidos no período de 2014 a 2016, mas as perspectivas para a indústria são bastante positivas, conforme declara Marcio Guerra Amorim, gerente de estudos e prospectiva da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
“O que a gente percebe é que o mercado tem visto com bons olhos sobre o que deve acontecer no começo do ano. Devemos ter uma perspectiva diferente para a economia, tanto que a confiança do empresário está mais positiva do que a apresentada em 2018. Inclusive, medimos o índice de expectativa do empresário e, na última aferição feita, ela subiu quase 10%. ”
O representante da CNI destaca, ainda, que, para se posicionar de forma mais clara, a indústria está aguardando algumas medidas do novo governo. “Acredito que os três primeiros meses sejam determinantes para definir o tipo de crescimento, mas a expectativa é positiva. Devemos ter um crescimento bastante significativo, porém, isso está atrelado ao desempenho do governo na aprovação das reformas (como a da Previdência, por exemplo)”, pontua Amorim.
Mesmo com este cenário ainda desconhecido, especialistas da área trabalham com um crescimento similar ao previsto para 2018. A expectativa do setor industrial é a de um aumento de 3% –pouco ainda, se comparado com o tamanho da perda sofrida pelo setor com a forte crise econômica enfrentada pelo Brasil desde 2014.
Perspectivas para a indústria: setores em destaque
Quando há um longo processo de crise, as perspectivas para a indústria, geralmente, apontam para a recuperação mais rápida de segmentos relacionados ao consumo das famílias. Nesse sentido, podemos destacar, por exemplo, os setores de alimentos, têxtil, máquinas, automotivo, linha branca e linha marrom. Paralelamente a isso, cabe destacar, também, o setor da construção civil, pois há uma grande perspectiva da retomada de seu crescimento em 2019.
Em um primeiro momento, esses são os setores de destaque, posteriormente, à medida em que as políticas forem sendo implementadas pelo novo governo, novos segmentos poderão apresentar alguma movimentação, sendo ela positiva ou não.
“Acredito que os setores que têm mais intensidade tecnológica vão continuar crescendo, mas eles só irão ganhar mais relevância ao longo do tempo. Além disso, a não ser que sejamos surpreendidos por uma política industrial bastante inovadora, que injete ânimo nos setores com mais intensidade tecnológica, a geração de emprego, renda e a de consumo devem ser os pontos mais impactados e de maior crescimento”, comenta o especialista da CNI.
Quais são as suas perspectivas para a indústria em 2019? Conta pra gente! Deixe sua mensagem no campo de comentários abaixo e até a próxima.